Na COP30, a adaptação às mudanças climáticas será central, com foco em infraestruturas resilientes e apoio internacional, conforme discutido em seminário em Belém.
As negociações climáticas, tradicionalmente focadas na redução de emissões de gases de efeito estufa, terão um novo enfoque na COP30, que ocorrerá em novembro. A adaptação às mudanças climáticas será um dos principais temas, especialmente em resposta ao aumento de eventos extremos, como enchentes e secas. Durante um seminário do projeto “COP30 Amazônia”, realizado em Belém, especialistas destacaram a urgência de desenvolver infraestruturas resilientes para enfrentar o novo normal das mudanças climáticas.
A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, enfatizou a importância da adaptação, afirmando que o Brasil já está elaborando seu Plano de Adaptação Nacional (NAP) e lançou a plataforma AdaptaCidades. Toni lembrou que 2024 foi o ano mais quente já registrado, com a temperatura global média superando em 1,5º C os níveis pré-industriais, um limite estabelecido pelo Acordo de Paris. “A adaptação será um dos grandes temas da nossa COP”, afirmou.
O prefeito de Belém, Igor Normando, também abordou a necessidade de apoio internacional e mecanismos nacionais para incentivar práticas sustentáveis. Ele destacou que as obras sustentáveis costumam ser mais caras que as convencionais, o que leva muitos gestores a optar por soluções tradicionais. Normando criticou a falta de apoio financeiro internacional para ajudar os povos originários e a preservação da Amazônia, afirmando que é necessário um compromisso real para recuperar a região.
No painel “O que a COP30 representa para o Brasil”, a bióloga Mercedes Bustamante ressaltou que prefeitos de cidades vulneráveis são fundamentais para mobilizar a pauta da adaptação. Ela alertou que o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentará ainda mais pressão devido à emergência climática. A especialista também destacou que a adaptação deve ser acompanhada de esforços para combater o desmatamento, uma questão crítica para a eficácia das ações climáticas.
Os custos da adaptação para países vulneráveis foram discutidos, com estimativas apontando a necessidade de um fundo global de ações climáticas de US$ 1,3 trilhão por ano. Essa meta não foi alcançada na COP29, realizada no Azerbaijão, onde o valor estipulado foi de US$ 300 bilhões. A diretora programática do Instituto Clima e Sociedade, Thaís Ferraz, enfatizou a importância de quantificar os custos da inação em relação à adaptação, citando tragédias que poderiam ser evitadas com investimentos adequados.
Além disso, a pesquisadora Ima Vieira destacou a importância da restauração ambiental como uma solução para alinhar preservação e desenvolvimento sustentável. Ela mencionou que o cumprimento da legislação, como o Código Florestal, poderia contribuir significativamente para as metas de restauração. Projetos que promovem a inovação e a bioeconomia na Amazônia também foram discutidos, ressaltando a necessidade de regularização e apoio financeiro. A união da sociedade civil pode ser crucial para impulsionar iniciativas que visem a recuperação e a sustentabilidade da região.
O Programa FAPESP para o Atlântico Sul e Antártica (PROASA) visa aumentar o investimento em pesquisa oceânica no Brasil, promovendo parcerias e abordagens interdisciplinares. O Brasil, com vasta área marítima e população costeira significativa, investe apenas 0,03% em pesquisa oceânica, muito abaixo da média global de 1,7%. O PROASA busca fortalecer a ciência e a sustentabilidade na região, integrando diferentes saberes e promovendo a coprodução de conhecimento com a comunidade local.
Arqueólogos descobriram uma colônia portuguesa perdida na Amazônia, revelando um complexo urbano com fortificações e canais, desafiando teorias históricas. A tecnologia lidar foi crucial para a descoberta.
Governo brasileiro anuncia 68 obras de segurança hídrica no Nordeste, com investimento de R$ 10,4 bilhões, destacando a Barragem de Oiticica, inaugurada em março.
A Organização Meteorológica Mundial confirmou que 2024 é o ano mais quente já registrado, superando 1,5ºC em relação ao período pré-industrial. Municípios brasileiros carecem de soluções acessíveis.
Festival Amazônico no Museu do Pontal, nos dias 12 e 13, celebra a cultura da Amazônia com shows, exposições e oficinas, promovendo a preservação ambiental e reflexões sobre a crise climática.
Paul Watson, ativista ambiental, destaca a urgência de adotar práticas indígenas para salvar a Amazônia. Ele busca participar da COP30, mas depende de questões diplomáticas.